sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Criança Esperança e Afins

    Você já parou para pensar em como as relações hoje em dia são na baseadas no capital? Tente pensar em como o homem muito antigamente conseguia seu alimento e como o de hoje o tem. Enquanto um ia para a caça, o atual vai ao mercado, pega parte do seu salário e compra algo para se nutrir. Isso é o reflexo de uma "vida corrida", onde as pessoas passam boa parte do tempo em seu trabalho e com o que ganham, usam para comprar ou alugar as coisas necessárias a sua vida. Por exemplo, não tem tempo para cuidar dos filhos, por isso pagam uma babá (alugam a sua força de trabalho), ou não tem tempo e nem forças depois de um dia desgastante de trabalho para limpar a sua casa e por isso pagam uma diarista.
    O Criança esperança acaba entrando nessa forma de relação, onde você não tem tempo para as coisas, como para ajudar os outros e então o que você faz? Você paga para alguém fazer, nesse caso a instituição. Acredito que seja importante o trabalho que eles fazem, até por que conheci uma pessoa que já trabalhou numa instituição que era ajudada pelo Criança Esperança e ela me disse que eles não só ajudavam financeiramente, como cobravam retorno, então, faziam um trabalho sério. Mas para mim a questão é, essa forma de ajuda não simboliza também um não envolvimento com o caso? Por que é muito fácil você apenas pagar para os outros fazerem as coisas e se sentir um bom cidadão, ligando, o dinheiro vindo sendo cobrado na sua conta e você não mexe nem um dedo, a não ser na hora de discar os números. Não estou dizendo que as pessoas devessem agir tal qual uma Madre Teresa de Calcutá, mas acho que pequenas ações em suas realidades poderiam ajudar, vou dar um exemplo prático. Semestre passado visitei um local aqui em Salvador-BA que serve de abrigo para moradores de rua e uma jornalista que é "trabalha" na instituição falou que algumas pessoas doavam dinheiro, mas que nem se quer subiam as escadas para ir no local, ligavam para alguém ir buscar enquanto esperavam no carro. Então ela disse que preferia que as pessoas não doassem esse dinheiro e fossem visitar, dessem atenção aquelas pessoas e foi o mesmo que uma moradora de rua disse, que não queria o dinheiro das pessoas, mas queria um pouco de atenção ou que não a vissem como marginais na rua (esses moradores geralmente dormem lá, mas tem trabalhos, como vender os jornais que são produzidos pela instituição).
    Não vou ser hipócrita e falar que eu sou um cara super preocupado com isso e que sou efetivo na ajuda ao próximo, mas de alguma forma, acho que podemos pensar um pouco diferente em relação a certas coisas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário