segunda-feira, 7 de maio de 2012

Bancarrota e suicídio

No cenário de falências, a setentrional Lombardia aparece na frente, seguida pelo Vêneto. A quebradeira atinge principalmente pequenas empresas, em grande número da área de construção civil. Do total, 75% dos empresários obrigados a fechar as portas tinham um volume de negócios não inferior a dois milhões de euros antes da crise, segundo estimam alguns institutos de pesquisa.

A decadência econômica aparece relacionada com episódios de suicídio, revela uma pesquisa do Eures, relativa ao ano de 2009 e divulgada em janeiro de 2012. Entre os desempregados, pequenos empresários arruinados e aposentados empobrecidos uma constatação dolorosa emerge: um suicídio por dia.

De acordo com o instituto de pesquisas econômicas e sociais já havia, na Itália, desde 2009, um aumento significativo de suicídios (da ordem de 5,6% relativamente ao ano de 2008), por motivos econômicos, e principalmente entre os homens, mais frágeis diante da perda do trabalho. Foram registrados 2.986 suicídios ao longo daquele ano em que a crise econômica não se apresentava ainda em toda a gravidade atual.

A incidência entre os homens foi de 78,5% contra o percentual de 21,5% na população feminina, o índice mais alto registrado nas últimas décadas. Aparece, também, em constante aumento, nesta pesquisa, a predominância masculina entre as tentativas de suicídio. Segundo o Eures, o que parece caracterizar o fenômeno é a sua relação com o aumento do desemprego. Entre os suicidas de 2009, um total de 357 estavam sem trabalho.

Em termos relativos se evidencia o fato de que ter sido expulso do mercado de trabalho constitua um fator de impulso ao suicídio, pois se registraram 18,4 dos suicídios a cada 100 mil desempregados, contra 4,1 entre os que ainda estavam trabalhando quando puseram termo à própria vida.

Também aponta uma conexão direta entre o fenômeno e a crise o fato de que 2009 registre o índice mais alto da década (198 casos, com um crescimento de 32% em relação a 2008 e de 67.8% relativamente a 2007). Em termos relativos, a pesquisa mostra que os suicídios por motivos econômicos chegam a representar, naquele ano, 10,3% do fenômeno, contra 2,9% registrados no ano 2000, pelos mesmos motivos. E este problema humano demonstra ser avassalador entre os homens, confirmando como a perda do papel social e da identidade como trabalhador possa golpear de modo fatal o mundo masculino.


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